Um processo analítico normalmente se inicia a partir de uma queixa específica ou mal-estar, muitas vezes sem nome ou forma definida. Trata-se de um meio e uma oportunidade para empreender uma investigação de si sob uma dupla perspectiva: a crítica e a criativa.

 

Para além da busca por origens longínquas ou pela decifração de significados que estariam ocultos por trás dos sintomas, o que nos interessa é investigar o presente, este tempo atual onde todos os outros tempos coexistem. A tarefa crítico-criativa da esquizoanálise implica portanto, na disponibilidade para desconstrução e reconstrução de si. 

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Desenvolver um olhar clínico e analítico diante da vida, abre campo para que nos impliquemos ativamente com o que nos afeta, produzindo o deslocamento de uma posição passiva e impotente para outra, capaz de ficar com o problema e agir sobre ele - condição para a produção de saídas inéditas para o dávamos por sabido. .

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Transmutar formas cristalizadas de viver é a tarefa, atribuindo novos lugares ao que fica e instaurando vazios frente ao que já não nos serve, o que envolve tempo e disponibilidade para examinar cada elemento de nossas vidas sob outras perspectivas. 

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Neste processo, o analista opera como aliado, na medida em que, numa relação de confiança e confidencialidade, nos ajuda a fazer ver o que não conseguimos sozinhos. Nesta aliança, cada percurso é único e entrelaçado ao grau de implicação conquistado, condição para afetar e ser afetado pelas provocações próprias do processo analítico.

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